A Cidade Flutuante foi um aglomerado de casas flutuantes que habitaram a margem esquerda do Rio Negro, na area central de Manaus, entre os anos de 1920 e 1967. Pouco antes de seu desmonte, cerca de onze mil pessoas moravam em mais de duas mil casas flutuantes que se estendiam do igarapé do São Raimundo ao igarapé da Cachoeirinha. A maior concentração deles ficava na zona portuária da cidade, local de trabalho de boa parte de seus moradores, entre a praça da igreja Nossa Sra. dos Remédios e o igarapé do Educandos. Nessa época, a Cidade Flutuante era um conglomerado urbano com população maior que a maioria dos municípios do Estado.

Com seu crescimento desordenado, devido a ciclos migratórios cada vez mais intensos, e condições de higiene e saúde precárias, o governo do Estado utilizou destes argumentos e decidiu pela retirada dos flutuantes do Rio Negro, processo iniciado em 1965 e finalizado em 1º de Janeiro de 1967. A população flutuantina teve então que se acomodar sobre as terras da cidade, dando origem a diversos dos bairros existentes ainda hoje.

Ainda em 1967 é criada a Zona Franca de Manaus tendo como principal porto para chegada e envio de mercadorias o porto do centro da cidade, local antes ocupado pela Cidade Flutuante.

O Projeto

A ideia surgiu em conversas entre amigos quando descobrimos que poucos tinham conhecimento da existência da Cidade Flutuante O que não é de se espantar já que o local onde ficava a maior concentração de flutuantes foi aterrado, dando origem a chamada Manaus Moderna, complexo viário criado com a intenção de ligar o porto de Manaus ao Distrito Industrial.

Decidimos então por organizar um livro, uma exposição projetada e um site com material complementar.

O Projeto Cidade Flutuante foi contemplado pelo Programa Cultura Criativa - 2020/Lei Aldir Blanc - Prêmio Feliciano Lana do Governo do Estado do Amazonas, com apoio do Governo Federal - Ministério do Turismo - Secretaria Especial da Cultura, Fundo Nacional de Cultura.